A indústria de semicondutores tem sido um campo de batalha crucial na crescente rivalidade entre China e Estados Unidos. Com a dependência de ambos os países em relação aos chips, a disputa pelo domínio nesse setor estratégico tem implicações significativas para a economia global e a segurança nacional. Neste artigo, exploraremos como a guerra dos chips entre China e EUA está se intensificando e quais são as principais questões em jogo.
Tabela de conteúdos
Motivo da guerra dos chips
Os chips, também conhecidos como semicondutores, são componentes essenciais em uma ampla gama de dispositivos eletrônicos, desde smartphones e computadores até carros autônomos e equipamentos médicos avançados. Eles são a base da revolução digital e têm impulsionado o progresso tecnológico em várias indústrias.
A indústria de semicondutores é altamente complexa e requer investimentos massivos em pesquisa e desenvolvimento. Os chips são produzidos em fábricas especializadas chamadas de “foundries”, que exigem tecnologia de ponta e conhecimento especializado. Atualmente, a maioria das foundries está concentrada nos Estados Unidos, Taiwan e Coreia do Sul.
A dependência da China em relação aos chips estrangeiros
A China é o maior mercado de semicondutores do mundo, mas depende fortemente de chips importados para atender à sua demanda interna. Estima-se que a China importe mais de 90% dos chips que consome, o que representa um déficit significativo em sua balança comercial.
Essa dependência é uma preocupação para o governo chinês, que busca reduzir sua vulnerabilidade e construir uma indústria de semicondutores doméstica forte. A China tem investido pesadamente em pesquisa e desenvolvimento nesse setor e está promovendo políticas para impulsionar a produção local de chips.
A guerra comercial entre China e EUA
A guerra dos chips entre China e EUA está intrinsecamente ligada à guerra comercial em curso entre os dois países. Desde 2018, os Estados Unidos têm adotado uma série de medidas para restringir o acesso da China a tecnologias avançadas, incluindo chips.
Uma das principais ações dos Estados Unidos foi a inclusão da empresa chinesa Huawei em uma lista negra de comércio, impedindo-a de fazer negócios com empresas americanas. Isso teve um impacto significativo na Huawei, que depende de chips americanos para seus smartphones e equipamentos de telecomunicações.
Além disso, os Estados Unidos têm pressionado seus aliados a restringir a participação da Huawei em suas redes 5G, citando preocupações com a segurança nacional. Essa pressão tem sido eficaz em alguns países, como Austrália e Reino Unido, que baniram a Huawei de seus projetos de infraestrutura de telecomunicações.
A resposta da China
A China não tem ficado parada diante das restrições impostas pelos Estados Unidos. O governo chinês lançou o “Made in China 2025”, um plano ambicioso para impulsionar a indústria de semicondutores do país e reduzir sua dependência de chips estrangeiros.
Além disso, a China tem investido em empresas estrangeiras de semicondutores para adquirir conhecimento e tecnologia. Um exemplo notável é a aquisição da empresa holandesa NXP Semiconductors pela empresa chinesa JAC Capital em 2016.
A China também está construindo suas próprias foundries de última geração, como a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), para competir com as empresas estrangeiras. Embora a SMIC ainda esteja atrás das principais foundries em termos de tecnologia, a China está investindo pesadamente para alcançar a liderança nesse setor.
As implicações globais
A guerra dos chips entre China e EUA tem implicações significativas para a economia global e a segurança nacional. Aqui estão algumas das principais questões em jogo:
- Segurança nacional: Os chips são componentes críticos em sistemas de defesa e infraestrutura crítica. A dependência de chips estrangeiros pode representar um risco para a segurança nacional, pois os países fornecedores podem interromper o fornecimento em caso de conflito.
- Autossuficiência tecnológica: Ambos os países estão buscando reduzir sua dependência de chips estrangeiros e construir indústrias de semicondutores domésticas fortes. Isso pode levar a uma maior competição e inovação no setor, mas também pode levar a uma fragmentação da cadeia de suprimentos global.
- Impacto econômico: A indústria de semicondutores é um motor econômico crucial para ambos os países. Restrições comerciais e barreiras tarifárias podem afetar negativamente o crescimento econômico e o emprego nesse setor.
Conclusão
A guerra dos chips entre China e EUA está se intensificando, com implicações significativas para a economia global e a segurança nacional. Ambos os países estão buscando reduzir sua dependência de chips estrangeiros e construir indústrias de semicondutores domésticas fortes. No entanto, essa disputa também pode levar a uma fragmentação da cadeia de suprimentos global e afetar negativamente o crescimento econômico. É crucial que os dois países encontrem um equilíbrio entre a competição e a cooperação para garantir um futuro estável e próspero para a indústria de semicondutores.